Mulheres da Minha Vida

Criei este blog, como complemento da comemoração dos meus 40 anos, que acontece este ano no dia 20 de setembro, aqui pretendo colocar os depoimentos de pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida de maneira especial. Desde o fim de 2009, venho me empenhando para reunir os depoimentos de 40 mulheres para colocar num livro e agora que os tenho, quero partilhá-los com outras pessoas também.

Talvez muitos dos meus amigos perguntem, assim como meus irmãos já me perguntaram, mas por que não os homens também?? A resposta é simples, estou num momento muito especial de minha vida. E a vida me foi dada por uma mulher, claro que com a contribuição de um homem, mas a minha mãe teve um papel fundamental neste processo e quero valorizar a mulher.

Sou mulher, negra e feliz por ter a oportunidade de ter chegado até aqui!

Tenho certeza que depois da criação do blog, outras me escreverão. E estes terão um registro aqui.

E talvez seja um incentivo para aquelas que não escreveram, ainda me encaminharem algo. O material ainda não está pronto e acabado, contribuam com fotos e outros meios criativos.

Mas seja rápida, pois senão vai ficar de fora da comemoração!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ivani, uma história de ternura


Muita Ternura em seu coração.

Saudades...


Sou canceriana do dia 05 de julho, nasci na Lapa em São Paulo, meus pais vieram de Minas Gerais, da cidade de Januária. Foi muito difícil para chegarem aqui na década de 50, viajaram muitos dias a cavalo, de ônibus, trem e bonde, mas chegaram bem, cheios de sonhos... trabalhar numa grande empresa de São Paulo, comprar casa, casar, ter filhos.
Antes dos meus pais se casarem, meu pai construiu um barraco, onde hoje é nossa casa e veio morar com primos e amigos. Foram construindo a casa e ele ganhou na loteria, se não me engano foram 40 Réis, “um dinheirão”, segundo ele. Comprou os móveis, as alianças e ainda fez a festa de casamento.
Casaram-se em 1955 e tiveram dois filhos. Meu irmão morreu no dia em que nasceu, depois de alguns anos eu nasci. Embora não tenha meu irmão de sangue, tenho irmãos adotivos, a Alaine, que veio alegrar nossa família com apenas 12 dias de nascida; o Amauri Cássio, irmão da Alaine, que aos três anos também veio morar conosco porque perdeu a mãe de vinte e poucos anos alguns dias após o parto; a Antônia, que veio de MG, aos 7 anos de idade. Mas meus pais são tão generosos que criaram mais de 15 filhos e filhas e primos, irmãos e amigos.
Hoje tenho sobrinhos maravilhosos: Paulo Henrique, Thaís, Gerson, Luana, Emerson, Leonardo e os que eu adotei dos vizinhos, primos e amigos.
Meus pais sempre diziam que se sentiam felizes partilhando a vida, a felicidade, a alegria com todos. E isso também se traduziu no gosto de meu pai por festas. Quase todo final de semana tinha uma em casa. Ele gostava tanto delas que ganhou muitos troféus como melhor bailarino do ano.
Juntamente a isso, minha família sempre foi muito “igrejeira”, ajudou na construção de uma capelinha na Vila, depois na construção da Igreja, posteriormente do salão comunitário, sempre fazendo leilões para ajudar.
Quantas Romarias para Aparecida eram organizadas por minha família...
E foi nesse ambiente saudável de minha fé e de alegria que eu cresci.
No dia 15 de dezembro de 1997, meu querido pai foi para Deus... que momento sofrido, doído e também de provação. (Quanta gente da PJ em seu enterro. Agradeço a todos e a todas pela força.)
Os anos se passaram e no dia 11 de maio de 2009, minha querida mãe foi para os braços de Deus. Sofri muito também, mas tive de ser forte, pois minha Bá (irmã da mãe de meu pai e da mãe da minha mãe, que foi trazida de Januária logo depois de meu nascimento), no dia 10, havia feito 99 anos. Novamente muitos pjoteiros estavam lá para me dar forças e carinho. Mais uma vez agradeço a cada um e a cada uma.
Até você, Ana, se fez presente, me mandou e-mail, me telefonou (lembra?). Sua mãe, seu pai também. Agradeço-te pela amizade e pela força.
A Bá (minha tia-avó), ainda hoje, aos 100 anos e 4 meses mora comigo.
Fui morar num convento, fiquei algum tempo, voltei.
Namorei... Um pouco...
Decidi ser leiga consagrada.
Nas minhas andanças pelas comunidades da vida, pelos momentos de fé, de alegria, de vida, de partilha, de PJ, eu conheci a Ana Cláudia. Ficamos amigas e eu a amo muito. Talvez não me expresse e nem me comunique sempre, mas ela bem sabe que sempre estará no meu coração.
Ana, quantos momentos bonitos vivemos juntas, né?????????
Reuniões diocesanas, Assembléias da Sub-Região, do Regional, Romarias, Encontros, Caminhadas, Passeatas, Gritos, Panelaço... Que momentos de enfrentamento, decisões, luta, alegrias, expectativas.
Assessoramos juntas muitos cursos, dinâmicas, metodologia, comunicação...
Quantos desafios...
Quantos sonhos...
E os grupos de assessores, os encontros na Cajula, a Escola Bíblica? Momentos maravilhosos, fantásticos, que não voltam mais, mas sempre estão em nosso coração.
Eu estava também em seu casamento, fiquei muito emocionada quando me convidou para ajudar a preparar a bela celebração e para fazer a animação (os comentários) da missa. Senti-me a pessoa mais importante do mundo. Obrigada, Ana.
Eu poderia escrever muito mais sobre a nossa vida, nossos momentos, mas seriam muitas páginas.
Hoje, trabalho na Prefeitura de Osasco, continuo assessorando cursos bíblicos, de dinâmicas, comunicação, espiritualidade, Leitura Orante da Bíblia, vou pelo mundo onde o povo está. 
Agradeço, primeiramente, ao Criador e depois a você e a sua família por me deixarem fazer parte de sua vida, de sua história e de suas memórias.

SER AMIGO É....
ANDAR JUNTO, MESMO QUE DISTANTE.
É JAMAIS SER SUPERFICIAL.
DIZER O QUE PENSA, SEM OFENSA.
CALAR PARA OUVIR, SEM INTERVIR.
FALAR SEM RODEIO, SEM RECEIO.
GUARDAR O SEGREDO, SECAR O PRANTO, DAR O OMBRO.
ESTAR PARA O QUE DER E VIER, É JAMAIS ABANDONAR.
É SER ALGUÉM COM QUEM SEMPRE SE PODE CONTAR.
SER AMIGO, AFINAL,

É SER... TERNURA!

Um milhão de beijos com carinho, ternura e ousadia.
Na esperança e na luta!

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