Mulheres da Minha Vida

Criei este blog, como complemento da comemoração dos meus 40 anos, que acontece este ano no dia 20 de setembro, aqui pretendo colocar os depoimentos de pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida de maneira especial. Desde o fim de 2009, venho me empenhando para reunir os depoimentos de 40 mulheres para colocar num livro e agora que os tenho, quero partilhá-los com outras pessoas também.

Talvez muitos dos meus amigos perguntem, assim como meus irmãos já me perguntaram, mas por que não os homens também?? A resposta é simples, estou num momento muito especial de minha vida. E a vida me foi dada por uma mulher, claro que com a contribuição de um homem, mas a minha mãe teve um papel fundamental neste processo e quero valorizar a mulher.

Sou mulher, negra e feliz por ter a oportunidade de ter chegado até aqui!

Tenho certeza que depois da criação do blog, outras me escreverão. E estes terão um registro aqui.

E talvez seja um incentivo para aquelas que não escreveram, ainda me encaminharem algo. O material ainda não está pronto e acabado, contribuam com fotos e outros meios criativos.

Mas seja rápida, pois senão vai ficar de fora da comemoração!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Gerneide, uma história de gerações

VIDAS QUE SE TECEM...

Falar de nós,
Que difícil!
Resgatar memórias,
Que aventura!
Reviver o passado,
Que saudade!

De uma família simples de origem baiana,
De três gerações com primogênitas,
Continuei em meu ser mulher a saga das mulheres guerreiras
De minha família...
Eu, primogênita,
uma irmã três anos depois,
e um irmão doze anos depois...

Nada foi fácil...
Mas sempre tudo abençoado...

O desafio já começou desde o nascimento...
Parto difícil...
Problemas de saúde me deixaram no hospital,
Enquanto minha mãe voltava para casa...

Sem o leite materno,
Enfrentei a dureza do leite com maisena...
(até hoje não suporto maisena...)

Sobrevivi... cresci...

Meu sonho era entrar na escola...
Na escola, quantas alegrias, quantos aprendizados...
Porém, mais enfrentamentos...
Como é sofrido ser fora dos padrões...
Magricela, quatro olhos, dente de ferro, cabelo de bombril...
Era o alvo das gozações...
Briguei... Bati... Venci...

Cresci, fui descobrindo que havia talentos...
Várias ações, vários espaços,
Descobertas, amigos, amores...
Alegrias e decepções...
Era a juventude que chegava
Com seus encantos e desencantos...

Novas trilhas, novos processos...
Andanças...
Encontros...
Amizades que desabrocharam entre
TLCs, cursos, eventos com a juventude...
Uma delas... VOCÊ ANA CLÁUDIA!
Sorriso que cativa e ilumina,
Alegria e simplicidade que são seu estandarte!

Amig@s que chegaram e ficaram...
Ami@as que chegaram e partiram...
Amig@s que com o tempo se eternizaram...
Amig@as que vão ajudando o tecer de nossa vida...

Que bom que o mundo dá voltas
Que a vida segue seu curso
As distâncias crescem
Mas que o que nos separa
Não destrói o que nos une!

Hoje, minha vida é ser educadora,
Amiga,
Agente de Pastoral,
Esposa,
Mãe,
Mulher...

Deus me concedeu muitas graças e uma delas foi
Gerar com meu amado Nei
Duas belas flores que perfumam nosso jardim:

Maria Gabriela e Ana Clara
A quarta geração de primogênitas,
Mulheres corajosas que nunca deixam de
AMAR ACARINHAR E
SONHAR LUTAR SER
VIVER CRER FELIZ!!!
Que bom ter em meu caminhar
Mulheres e mulheres que me inspiram!
Que bom ter em meus quase 40 anos
Amigas guerreiras que nunca desistem de ser feliz!
Que bom que Deus colocou em nossas vidas
Alguém tão especial como você!
Obrigada Deus, pela vida da ANA CLAUDIA
Que seus 40 anos continuem semeando amor, vida e luz
Por onde você passar.
O mundo precisa de SORRISOS como o seu!
Muitos beijos,
Sua sempre amiga
Gerneide Pereira de Carvalho Leal
23/fevereiro/1971
Brasil, São Paulo, Osasco

Renovando nosso casamento no Curso de Verão - 1997

No Parque da Monica - 2005

Em casa - 2006


ÁRVORE GENEALÓGICA DA NOSSA FAMÍLIA
(Como falei as quatro gerações de primogênitas:
Maria Gabriela, Eu, minha mãe Jucilene e minha avó Valdelice)


4 comentários:

  1. Querida Ana, não nos conhecemos, mas grande foi minha alegria ao encontrar dois amigos muito queridos no seu blog. Eu não os vejo a mais de 10 anos, mas nunca os esqueci.Estou falando da Gerneide, a nossa Gê, e do Nei. Agradeceria muito se pudesse conectar-nos. Como você eu também estou longe do nosso querido Brasil. Moro no Peru ha 12 anos, país interessante com uma grande riqueza cultural. Parabéns pelo seu blog, nunca é demais ressaltar o valor da mulher. Um abraço. Rosangela Oliveira

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  2. Nossa que alegria poder reve-los, meus olhos se encheram de lagrimas, momentos maravilhosos passei ao lado de voces, foi muito bom ver sua foto ao lado do Nei, das meninas, que Deus abençoe essa familia linda, um beijo grande de muita saudade, pro Nei manda um abraço apertado(pra homen não mando beijo), mordida nas meninas....Que feliz estou...fiquem com Deus . Edson Rodrigues Dias

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  3. O que se entende por paz...

    Guerras catastróficas marcaram o século passado. Milhões de vidas humanas foram barbaramente eliminadas, pessoas e povos humilhados, torturados, riquezas materiais e culturas destruídas. Queremos páz no terceiro milênio e não queremnos guerras, de qualquer tipo, particularmente as que podem ter conotação religiosa.
    A paz, porém, não é ausência de guerra, daquela guerra declarada, com exércitos em combate. Falta paz sempre que a vida humana é violentada. E falta paz quando o homem extingue as espécies animais, quando o equilíbrio da natureza é ameaçada, qualquer que seja a forma em que isso aconteça. Não há paz quando há, o desespero por causa do desemprego, da falta de pão, da saúde maltratada, da miséria, do desabrigo, da juventude drogada, da violência em casa e nas ruas, dos encarcerados sem direitos nem mesmo de defesa, das crianças sem escola, dos preconceitos contra os diferentes.
    Há falta de paz, ainda, quando eu não respeito a mim mesmo, ao outro, a natureza, a Deus, rompendo algumas das relações essenciais. Há falta de paz, quando não se respeita o direito de permanecer por um tempo só. Relações essenciais que constroem positivamente como pessoa e constroem o outro, a sociedade, a natureza. Há falta de paz quando em alguns momentos se erra por amar demais as pessoas que nos circundam, um amor talvez deficiente, falho, mas amor.
    A paz verdadeira é fruto de amor e da justiça, e ao mesmo tempo que é DOM, é reconquista. É um dom oferecido por Deus, e por isso, é diferente da paz que o mundo dá, que se firma no domínio do mais forte, daquele que tem o poder nas mãos e que muitas vezes usa dele para oprimir. No equilíbrio sempre perigoso das forças em confronto.
    Paz é o resultado daquele ser que ama e se permite amar, daquele que se perdoa e é capaz de perdoar. paz é o resultado das relações marcadas pela justiça, pela solidariedade e pelo amor.
    Na linguagem simples do povo, é quando tudo não corre como deve ser. Criança brincando, comendo bem, estudando: as pessoas, famílias tranquilas, trabalhador com salário digno, sem temer humilhação. Não há paz quando todos não são capazes de reconhecer que todos erraram, erram ou errarão, ao mesmo tempo, de modo que não há,não houve ou não haverá apenas um culpado. Idosos sentindo colhidos, cada pessoa servindo a comunidade e por ela sendo respeitada. Poderiamos continuar a lista indefinidamente, com tudo aquilo que o nosso coração pede, pois a paz tem seus ingredientes já inscritos por Deus dentro de cada pessoa.
    Paz Amor Felicidade Compaixão Fé Solidariedade Responsabilidade Compromisso Perdão Luta Liberdade União Respeito Fraternidade Serenidade Força Partilha ESperança Igualdade Misericórdia Carinho Recomeço Reconstrução. Enfim, VIVER É BOM DEMAIS.
    Gê obrigado por vocês existirem e mundo terem me ensinado.E é a vida e é bonita é bonita e é bonita.

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  4. Gê e Nei, quantos anos não nos falamos...Pois é, não sei se vocês querem ao menos me ouvir. Gê, que igreja e que educação é essa que sabe do que tenho vivido e nada faz para ajudar...A vida não tem sido fácil para mim...Amo minha profissão mas não sei mais se quero continuar nessa caminhada. Quanto sofrimento, dor, tristeza pelo falecimento de meu pai. Pai eu só tive um e este jamais esquecerei. E minha mãe, coitada de minha mãe, caiu da cama, quebrou o quadril e operou dos pés, de úlcera varicose. Gê como minha mãe tem sofrido dentro de sua própria casa. Nunca pensei que um dia veria minha mãe numa cadeira de rodas, sendo carregada por mim nos braços, tendo de trocar suas fraldas, comendo de qualquer jeito, porque não tem uma filha presente que lava pelo menos o prato que come. Trabalho no Glória -na Antonio C.Costa e no Rosa Bonfiglioli,contribuo nas despesas de casa, minha mãe, coitada, para comer, se quiser comer, precisa ser carregada no colo e ir para cozinha, com minha ajuda, se quiser comer...Preciso falar, não aguento mais sofrer e ver minha mãe sofrer dentro de nossa própria casa. Pareço um empregado doméstico, um escravo. Minha irmã não faz nada, passa o dia dormindo e comendo. Enquanto estou na escola, não posso contar com ela para nada. A pessoa que mais me escuta e partilha comigo minhas dores e muito me aconselha é a minha avó. Não sabemos o que fazer para ela e para suas filhas. Não contribui em casa com um centavo e recebe a pensão do ex-marido. Quando acaba o dinheirinho que sobra da pensão de meu pai, o qual fica guardado na Poupança, são ofensas,desaforos e xingamentos tais como: desgraçada, aleijada...Que vida é essa...Olha Gê, sei que você não é obrigada a ouvir nada disso, mas me ouça, me escute, me ajude...Tenho sido o cara mais infeliz, é sério... Já ouviu falar em tortura psicológica. Ainda bem que minha mãe tem a ajuda da UBS-do Jardim D"abril, senão não sei o que seria dela. Olha confesso à você estou cansado...Eu e minha mãe não temos sossego nem para se alimentar. Um verdadeiro inferno...É, o nosso alicerce era meu pai...Que saudades...Como eu era feliz, eu, meu pai e minha mãe...Bastou meu pai morrer e minha mãe encontrar-se na situação que está, para todo mundo, inclusive minha irmã, achar que pode exigir cardápio, dinheiro, isso tudo pela fragilidade em que minha mãe se encontra...O profeta é aquele que anuncia e também denuncia...Certamente todos vão saber a minha realidade familiar-vocês, a Paróquia, o Curso de Verão, o Cesep, as escolas que eu leciono. Acabou a ditadura militar, não estou na época da escravatura e não vou sofrer calado. qualquer situação de violência camuflada para com minha mãe e comigo, todos vão saber. Chega de viver a pedagogia do Oprimido. Gê tenho muita, mas muita fé que minha mãe será curada e voltará a andar. É o que mais desejo, pois ela merece. A coitadinha perdeu meu pai, um companheiro por mais de 40 anos. Meus irmãos homens e meu pai e muito menos eu maltratamos minha mãe. Se for preciso vou na Delegacia, no Ministério Público, no conselho Gestor do Posto, no Curso de Verão, subo no palco e conto tudo em alto bom tom o que minha mãe tem vivo dentro desses 3 cômodos. Obrigado por me ouvir, desculpe-me se invadi o seu espaço...Acho você e a Ranilda, pessoas ideais para eu desabafar...Desculpe-me...Um abraço à você, ao Ney e todos os seus familiares...NEIZINHO-Sidney Freitas

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