Ana Elisa, uma história de amizade

Tinha 16 anos de idade e já namorava há quase dois anos, quando fui convidada para participar de um encontro de jovens chamado TLC, em São Roque. A possibilidade de participação nesse encontro trouxe problemas para o dito namoro, assim mesmo fui e é desta época a melhor vivência da minha vida. Venho de uma família muito pobre, nunca havia viajado, nem mesmo conhecia a praia, apesar de morar em São Paulo, cidade que tem litoral a menos de uma hora. Ir, portanto, a um encontro como esse era uma novidade na minha vida. Bom, ir ao TLC foi tudo de bom: gente nova, idéias novas, novos conhecimentos e amigos, muitos amigos da minha idade e, claro, o namorado dançou. E foi lá que conheci aquela menina da minha idade e totalmente engajada. Fazia parte da “elite”, afinal ela estava na coordenação do curso. Eu a admirei desde o inicio, e, voltando a São Paulo, passei a participar com muita vontade do grupo de jovens da minha comunidade.Em pouco tempo tornei-me coordenadora do grupo e com isso passei a participar da PAJUPA (Pastoral da Juventude Paroquial) onde todos os representantes de suas comunidades se reuniam e, mais tarde, da PJ. Foi na Pajupa que me tornei amiga da Ana Claudia, junto comigo ia uma outra Ana, a Ana Lúcia. Éramos um trio delicioso: Ana Elisa, Ana Claudia e Ana Lúcia, inclusive íamos juntas para a PJ, além de organizarmos encontros, palestras, festas, missas e celebrações juntas. Foi uma época maravilhosa. Quando estava com 18 anos, a Ana me convidou para trabalhar com ela em uma transportadora. Éramos auxiliares de vendas, eu, ela e a Santília. Foram apenas nove meses, mas guardo ótimas recordações. Lembro-me de que em um carnaval cada uma de nós tomou um rumo, faltamos as três, e, obviamente, tomamos uma bronca do nosso chefe. Depois nos afastamos um pouco: faculdade, casamento... Por falar em casamento, a única despedida de solteira que tive foi com elas, Ana Claudia e Ana Lúcia, foi coisa pequena, um restaurante com música, mas nunca me esqueci disso.
Mais tarde passei por uma separação e um dia fui jantar com a Ana, conversamos muito e marcamos um novo jantar na casa dela, onde ela cozinhou. Foram a Ana Lúcia, a irmã Ana Alice, eu e a Silvia, linda Silvia, que na nossa época era a mais novinha e cheia de energia. Namorava o lindo do Junior, Junior que ajudou a minha família de uma maneira que não me parece possível para alguém com pouco mais de 20 anos, quando meu irmão teve leucemia e veio a falecer. Nessa época fizemos um baile para arrecadar fundos para ajudar o Ni, e a Ana estava nessa também, é claro.
Aprendemos com a vida e com as escolhas que fazemos, ou mesmo somos levadas por algo maior a nos encontrarmos, porque aqueles que cruzam nossos caminhos já estavam nele há muito e nós só nos reencontramos. Ana Cláudia é tudo de bom, alegre prestativa e determinada, e tê-la conhecido deve ser algo escrito por Deus.
Que este livro te traga muitas alegrias e que seu aniversário seja uma grande festa.
De sua amiga hoje e sempre mesmo à distância.


Ana Elisa