Mulheres da Minha Vida

Criei este blog, como complemento da comemoração dos meus 40 anos, que acontece este ano no dia 20 de setembro, aqui pretendo colocar os depoimentos de pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida de maneira especial. Desde o fim de 2009, venho me empenhando para reunir os depoimentos de 40 mulheres para colocar num livro e agora que os tenho, quero partilhá-los com outras pessoas também.

Talvez muitos dos meus amigos perguntem, assim como meus irmãos já me perguntaram, mas por que não os homens também?? A resposta é simples, estou num momento muito especial de minha vida. E a vida me foi dada por uma mulher, claro que com a contribuição de um homem, mas a minha mãe teve um papel fundamental neste processo e quero valorizar a mulher.

Sou mulher, negra e feliz por ter a oportunidade de ter chegado até aqui!

Tenho certeza que depois da criação do blog, outras me escreverão. E estes terão um registro aqui.

E talvez seja um incentivo para aquelas que não escreveram, ainda me encaminharem algo. O material ainda não está pronto e acabado, contribuam com fotos e outros meios criativos.

Mas seja rápida, pois senão vai ficar de fora da comemoração!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Claudia, uma história de superação






Bem como começar...
Eu sou a Claudia e vou falar um pouco da minha vida e de como nossas vidas se encontraram... rs. Bem, completei 30 anos em Dezembro passado, pode se dizer que tenho uma vida na igreja... Desde que me entendo por gente, freqüento a comunidade Nossa Senhora das Graças (NSG). Foi lá onde me batizei e me crismei, conheci amigos, fiz algumas inimizades, encontrei um grande amor e é lá que muito em breve irei me casar...
Meus pais são bem atuantes na comunidade, e quanto a mim, tive momentos. Momentos em que eu estive completamente envolvida e atuante, e outros em que eu mal participava das missas. Eu acredito que isso se classifica como fases da vida. Foi ainda criança que minha família junto a outras famílias começou a se reunir para passeios, almoços, jantares, festas, viagens, etc... foi um período muito feliz da minha infância. Conforme nós íamos crescendo, continuávamos a frequentar os eventos. Participei com a Ana de algumas semanas culturais na catedral, gostava de ver os jovens da igreja, eu os admirava por eles parecerem tão felizes juntos. Quando fui me crismar, decidi chamar a Ana para ser minha madrinha, pela nossa proximidade e pelo seu trabalho na Pastoral da Juventude. Eu continuei participando na NSG e vez ou outra nos encontrávamos nos eventos da pastoral.
Passou um tempo e saí do grupo de jovens, o motivo, acredito que tenha sido por discordar da forma “Tão Política” que eles estavam seguindo. Nesse meio tempo, uma amiga veio a falecer, vítima da violência do nosso bairro. Seu nome era Camila, foi muito triste sua perda para toda a nossa comunidade, tanto que para ajudar na cicatrização dessa ferida, a Gilma, mãe da Camila, fundou a Associação Camila, que junto com o Centro social N.Senhora das Graças tinha o propósito de valorização da vida.
Eu entrei na Faculdade, conheci gente nova, comecei a trabalhar e na correria do trabalho e do estudo, deixei um pouco de lado a igreja. Fui a muitas baladas e festas e shows... foi muito divertida essa fase.
Num belo dia, resolvi voltar às origens: voltei a participar do PIC, das missas, entrei numa banda de música Sacra, o Mistura Diocesana, tocava nas missas, no carnaval de Jesus, em festival de música e no Congresso que sediamos aqui em Osasco. Também ajudei em outras áreas do Congresso. Foi uma semana maravilhosa. A partir dele, fiquei bem vista na região, fui cogitada a ser coordenadora da Diocese, mas achei muito para mim e continuei participando e ajudando na Pajupa e na Região. A banda nesse meio tempo seguia a todo vapor. Foi nesse período também que conheci um grande amor, o TOM, uma pessoa muito importante na minha vida que me ensinou muito, ele era um talentoso músico, muito sensato, que deixou muita saudade não só em mim, mas em todos os seus amigos e familiares. Começamos a namorar e participávamos da mesma banda, mas ele tinha uma outra banda que tocava em bares na cidade. Como nem tudo é flores, houve muitos desentendimentos e a banda acabou por se dissolver, embora hoje ainda tenham alguns integrantes que continuam em algum ministério de música.
Em 2005, pensei que não suportaria, foi uma perda muito significativa. Meu grande amor, o Tom, veio a falecer por atropelamento na rua de sua casa. Tínhamos tantos planos juntos, nós estávamos pagando um apartamento. Foi como se eu tivesse sido jogada num filme em preto e branco, nada mais fazia sentido, eu vivia por viver, nada tinha graça. Fiz terapia, tive ajuda por 2 anos com psicólogo, fora todo o apoio da minha família e de meus amigos. Hoje só tenho a agradecer por eles terem estado ao meu lado o tempo todo, estou super bem, sinto saudades, mas não fico mais triste com sua ausência, pois tenho certeza de que ele está bem.
A vida seguiu e muitas coisas boas aconteceram em minha vida de lá para cá. Dizem que depois da tempestade vem sempre a bonança e hoje vivo essa calmaria... e acredito que seja isso mesmo. E desses bons frutos que a vida tem me dado, tive a honra de cantar no casamento da Ana Claudia e do Ralf. Foi muito gratificante poder partilhar de um momento tão especial em sua vida, e ainda pegar o seu bouquet na festa... Foi muito divertido...
Aquele bouquet me rendeu uma pessoa maravilhosa, que depois de alguns meses passou de um amigo a um namorado muito carinhoso e atencioso. Seu nome é Renato, estamos há pouco mais de 2 anos juntos e agora em outubro vamos nos casar e formar uma linda família. Está é minha vida, minha história. Ainda tenho muitas páginas a serem preenchidas, pois ainda não realizei todos os meus sonhos e meus objetivos, o futuro a Deus pertence, mas tenho fé de que ele estará repleto de coisas boas e pessoas boas ao meu lado.

E a Ana, que fez parte da minha vida na minha infância e adolescência, foi minha madrinha de crisma, justamente por admirá-la e saber da importância do seu trabalho para todos os jovens que acreditava no ideal da Pastoral da Juventude, pela coragem de deixar familiares e amigos para constituir uma nova família em um país distante do seu, ensinou não só a mim, acredito eu, mas a tantos outros jovens a trabalhar ao lado de outros jovens, e mostrar que podemos fazer diferença em todos os lugares que freqüentamos, seja a nossa casa, a igreja, o trabalho, qualquer lugar.

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