Mulheres da Minha Vida

Criei este blog, como complemento da comemoração dos meus 40 anos, que acontece este ano no dia 20 de setembro, aqui pretendo colocar os depoimentos de pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida de maneira especial. Desde o fim de 2009, venho me empenhando para reunir os depoimentos de 40 mulheres para colocar num livro e agora que os tenho, quero partilhá-los com outras pessoas também.

Talvez muitos dos meus amigos perguntem, assim como meus irmãos já me perguntaram, mas por que não os homens também?? A resposta é simples, estou num momento muito especial de minha vida. E a vida me foi dada por uma mulher, claro que com a contribuição de um homem, mas a minha mãe teve um papel fundamental neste processo e quero valorizar a mulher.

Sou mulher, negra e feliz por ter a oportunidade de ter chegado até aqui!

Tenho certeza que depois da criação do blog, outras me escreverão. E estes terão um registro aqui.

E talvez seja um incentivo para aquelas que não escreveram, ainda me encaminharem algo. O material ainda não está pronto e acabado, contribuam com fotos e outros meios criativos.

Mas seja rápida, pois senão vai ficar de fora da comemoração!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Aparecida (Tia Candó), uma história de experiência

Querida Claudinha, aqui vão alguns relatos: Nasci numa família humilde no interior de São Paulo. Meus pais não tiveram estudo, então não aceitavam que os filhos estudassem, para que pudessem trabalhar na roça. Foi uma vida muito dura, embaixo de sol, de chuva, muitas vezes doente ou com fortes dores de dente. E assim foi dos cinco aos 20 anos de idade. Mas na minha cabeça, eu sonhava em estudar. Nós éramos católicos e íamos à missa todos os domingos, e as irmãs, percebendo que eu não sabia ler, resolveram me ensinar. Como eu queria saber muito mais e percebendo que as freiras tinham estudo, eu disse para minha mãe que queria ser freira. As irmãs disseram, então, que eu tinha que vir para São Paulo, para continuar estudando. Vim morar, trabalhar e estudar e dar início à vida religiosa. O tempo foi passando e as irmãs perceberam que o que eu queria realmente era somente estudar e não tinha vocação. Assim, saí da Congregação. Sofri muito, mas também aprendi muito, e tive muitas alegrias. Um dos meus irmãos, Antonio, vinha me buscar para passar o dia em sua casa. Que dias felizes, pois minha linda sobrinha era muito pequena, mas seu olhar já era o de uma menina muito inteligente, um amor de menina que colaborou muito para que meus dias fossem muito felizes. Hoje está casada e vivendo na Alemanha, quantas saudades. Eu também estudei, casei e já estou aposentada. Tudo que parecia sofrimento, não passou de uma ótima experiência.

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