Mulheres da Minha Vida

Criei este blog, como complemento da comemoração dos meus 40 anos, que acontece este ano no dia 20 de setembro, aqui pretendo colocar os depoimentos de pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida de maneira especial. Desde o fim de 2009, venho me empenhando para reunir os depoimentos de 40 mulheres para colocar num livro e agora que os tenho, quero partilhá-los com outras pessoas também.

Talvez muitos dos meus amigos perguntem, assim como meus irmãos já me perguntaram, mas por que não os homens também?? A resposta é simples, estou num momento muito especial de minha vida. E a vida me foi dada por uma mulher, claro que com a contribuição de um homem, mas a minha mãe teve um papel fundamental neste processo e quero valorizar a mulher.

Sou mulher, negra e feliz por ter a oportunidade de ter chegado até aqui!

Tenho certeza que depois da criação do blog, outras me escreverão. E estes terão um registro aqui.

E talvez seja um incentivo para aquelas que não escreveram, ainda me encaminharem algo. O material ainda não está pronto e acabado, contribuam com fotos e outros meios criativos.

Mas seja rápida, pois senão vai ficar de fora da comemoração!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Irmã Lúcia, uma história de esperança



Um pouco de minha vida e do convívio com essa linda menina, Ana Claudia.

Quando cheguei em São Paulo, em 2003, para atuar no meio da juventude, logo visitei a Região Belém e, para minha surpresa, as Pastorais de lá não tinham nenhuma cara. O bispo, então, disponibilizou dois salários mínimos para eu coordenar a Região. Um dos fortes do meu trabalho foi a Pastoral da Juventude, que, de fato, era a mais abandonada na Região e também no Estado de São Paulo. Como, em pouco tempo, entrei para a equipe de coordenação do jovens,  nessas idas e vindas, dei de cara com a Ana Claudia, menina viva, esperta e cheia de sonhos. Me chamava muito a atenção quando eu a percebia dormindo em pé, mas sem deixar de participar dos eventos significativos do Estado e também em nível Nacional. Lá pude conhecê-la muito bem, sobretudo por sua sensibilidade, educação, maturidade, ou seja, via ali uma moça de qualidade, exemplo de seguidora de um Cristo vivo real e sem nenhuma vedação nos olhos, e isto sempre me impressionava na menina esperta e sonhadora. Claro que sua relação comigo sempre foi muito boa, até porque ela me ajudou na integração juvenil e abriu portas para eu conhecer e amar tanto esta árdua missão. Fiquei sabendo, assim que cheguei, que toda a atuação dela era gratuita, o que me indignava por saber de sua realidade: bastante luta e a venda de camisetas para a juventude como meio de sobreviver e manter seu trabalho na pastoral. Mulher de garra e lutadora.
Com você, Ana Claudia, aprendi a ser mais mulher, mais consagrada e mais disponível para essa missão. Aprendi, e muito, contigo. O seu cansaço sempre me  despertava a vontade de mais luta. Também me admirava de sua simplicidade ao dormir no chão, ao comer comida fria, que, às vezes, nem tinha e, assim mesmo, você sempre de cara boa e disposta a ser Luz e Sal para a juventude da qual você também fazia parte, por ser jovem e menina. Dessa forma, todas as lembranças que guardo é de muita esperança, luta, disponibilidade e doação à Igreja de Jesus Cristo. Sempre me chamou muita atenção o fato de você nunca se dirigir às religiosas com indelicadezas; ao contrário, sempre disposta a ajudar e a fazer com que as pessoas que chegassem a São Paulo se integrassem na vida da cidade e da Igreja. Todo mundo aqui no Brasil conhece Ana Claudia e imagino que isso provocava ciúmes em muita gente. Pois o seu dinamismo e atenção às pessoas sempre falaram muito alto. Viajamos muitas vezes juntas, e você sempre nos ajudava em tudo. A alegria fazia parte de todos os encontros e momentos de reuniões. Pressa você nunca tinha. Hora de voltar para casa não a preocupava. Reuniões praticamente todos os dias, e a cara sempre alegre e rindo. Estas são as imagens que guardo de você, do período de 6 anos em que convivemos e trabalhamos na mesma área, de alegrias e muitos desafios, sem nunca lhe ver de cara feia ou desanimada. Até que um dia fui transferida para Belo Horizonte e você foi embora para a Alemanha. Fiquei sabendo do seu casamento com grande alegria, pois sempre pensei, esta menina merece um maridão, pois é uma jóia de pessoa. E parece que isto vem acontecendo na minha percepção. Bem, até gostaria de escrever-lhe mais, porém confesso que pelas minhas atividades é o que posso oferecer, por ora, com alegria. Foi e é uma bênção na minha vida conhecer uma jovem bela e responsável como você e, como característica, quero salientar o Amor a Jesus Ressuscitado e à Juventude. Por isto termino dizendo: Se a Juventude viesse a faltar, o rosto de Deus iria mudar...
Mil beijos da Ir. Maria Lúcia Aráujo da Silva Religiosa do sagrado Coração de Maria.

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